segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

MICROCRÉDITO – UMA SOLUÇÃO REALISTA

O microcrédito pode ser encarado como um verdadeiro exemplo que os ideais de combate à pobreza podem na prática ser aplicáveis e ultrapassar o velho estigma de utopias transpirando boa vontade mas impraticáveis por razões de ordem económica, técnica ou política.
Mostra-nos que os bons valores são ferramentas prontas a usar em qualquer situação combatendo a visão do mundo cruel e irremediável que muitas vezes se impõe.

O microcrédito deve aqui ser entendido como o crédito fornecido a pessoas com baixos rendimentos e que visa essencialmente combater a pobreza. Os utilizadores por não possuírem garantias não têm acesso aos empréstimos bancários convencionais, ficando impossibilitados de iniciar um negócio próprio para a sustentação da família por falta de capital. Os montantes envolvidos são baixos (nos países em desenvolvimento normalmente não ultrapassam os 220 dólares) e as taxas de juro ainda que elevadas em relação aos nossos padrões constituem uma alternativa aos money lenders (indivíduos que emprestam dinheiro com taxas de 120 e 300%).


Para além disso estas taxas suportam vários serviços incluídos num contexto de microfinanças como é o caso do aconselhamento e acompanhamento técnico, já que os empréstimos são destinados a iniciar pequenos negócios, formação sanitária, nutricional, treino de capacidades necessárias no dia-a-dia e a integração num grupo de beneficiários que se ajudam mutuamente solidificando as bases da iniciativa.
De salientar que a maioria dos programas de microfinanças aplicados nos países em desenvolvimento são destinados a mulheres, pois estas constituem a maior parte da população abaixo do nível da pobreza, encontram-se em muitos casos socialmente excluídas demonstrando no entanto grande capacidade e vontade em gerir e prosperar um negócio.

Com uma fonte de rendimento eficaz torna-se possível pagar o empréstimo (as taxas de retorno das instituições de microcrédito estão entre 95 e 98%), melhorar as condições de vida do agregado familiar e criar condições para que os jovens frequentem a escola. Estes pequenos empréstimos funcionam como uma pedra no charco causando um impacto positivo em todos os que rodeiam os seus utilizadores. Pequenos capitais geram maiores capitais sendo mesmo possível chegar a contratar empregados, beneficiando desta forma outras famílias.

Os organismos que fornecem estes serviços funcionam de forma praticamente ou mesmo totalmente auto-sustentável pois os pagamentos recebidos são reinvestidos noutros empréstimos e serviços, no entanto pode ser necessário recorrer a fundos de organizações, governos e doações particulares para colmatar alguns custos.


Para garantir a viabilidade dos empréstimos parte-se do principio que a evolução da pobreza, principalmente em pequenas comunidades, é previsível sendo por isso possível calcular o risco associado a cada negócio, dependente da área de actividade, experiência do empreendedor, idade, sexo, nível de vida etc. Deste modo aumenta-se a segurança do retorno do empréstimo e a confiança do beneficiário.
Como podemos ver, os centros de microfinanças constituem verdadeiros focos de desenvolvimento devolvendo a esperança e criando oportunidades valiosas.

Para mais informações sobre este assunto por favor consulte:

Grameen Foundation
MicroFinance
Grameen Foundation(Exemplo real)

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